terça-feira, 24 de agosto de 2010

***SONHOS DE UMA MIRAGEM*** (de Pedro Monteiro)

Certa vez motivado pela sustança do almoço, me aconcheguei a uma rede, fechei os olhos e viajei; eram tempos de estiagem no meu torrão Piauiense, eu caminhava por uma região campestre feito um andarilho desbriado, o Sol queimava sem piedade e minha garganta doía de tanta sede. Ávido por um lugar para me refrescar, capengava por debaixo de uns arvoredos de folhagens tostadas quando, repentinamente, avistei uma região com muito verde e rumei para lá. Chegando naquele lugar, fiquei encantado com o que vi, pois além do alegre cantar dos passarinhos e dos macaquinhos que faziam uma festa danada no alto das árvores, comendo e derrubando frutas no chão, estava eu ali, frente a frente com uma belíssima nascente de água cristalina que formava um expressivo veio, onde era possível avistar uma grande diversidade de Peixes. Tive uma forte sensação de ser o primeiro humano a pisar naquele Éden.

Era mesmo um lugar dadivoso, com uma incomparável comunhão de belezas: animais, flores e frutos silvestres, transformavam aquilo tudo num verdadeiro paraíso terrestre.

Após saciar a sede que me castigava e comer saborosas frutas, deitei-me sobre a folhagem para um breve descanso do corpo e da alma... Eis que, subitamente, fui cercado e dominado por uma grande quantidade de animais, aqueles antes inofensivos, agora me hostilizavam, me tratando como réu! Fiquei horrorizado com o olhar cortante de uma pequenina tartaruga... Meu amigo! De forma impiedosa, fui por eles, arrastado para uma Corte de Justiça, e lá o magistrado supremo, me olhou firme e sentenciou: - Você está enquadrado na lei da supremacia dos bichos, que diz em seu Artigo 1º:

– É dever do humano, preservar as florestas, a fauna e a flora.

I - A natureza devolverá rigorosamente toda agressão a ela praticada, tais como: devastação das florestas, poluição do ar, dos rios e do mar.

II – Cada humano responderá pelo lixo que gera, e pela displicência em sua destinação.

Parágrafo único - Pena capital para quem descumprir o determinado.

- Neste momento fui acometido de um grande susto! Um maracujá caiu sobre o meu peito e dei um grande salto... Opa... Na minha rede não!

3 comentários:

  1. Fátima Rocha, obrigado
    Por esta publicação.
    Quando forjei este conto
    Eu senti grande emoção...
    Ele é fruto das andanças,
    Retirado das lembranças
    Das quebradas do sertão.

    http://todososcontos.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Olá Fátima,
    Parabéns por postar este belo conto do nosso amigo Pedro Monteiro que também escreve muito bem literatura de cordel.
    Obrigada por passar em meu blog.
    Um abraço carinhoso,
    Dalinha

    ResponderExcluir
  3. Olá Fátima,
    passei aqui para deixar meu abraço,
    Carinhosamente,
    Dalinha

    ResponderExcluir